O musical Clube da Esquina, os sonhos não envelhecem está em cartaz no teatro Riachuelo no Rio de Janeiro, no ano em que o primeiro álbum Clube da Esquina (1972) completa 50 anos. Já passou pela capital mineira, mas a Mariposa terminou indo voar pelas bandas da capital fluminense e gentilmente ganhou da amiga carioca Gaby (Gabriela Avanzini), que integra a equipe comercial da peça, o convite especial para a estreia no último dia 9 de setembro.
A Mariposa praticamente nascida e criada em Santa Tereza estava lá admirada pela coincidência. Era talvez a espectadora anônima mais próxima fisicamente do cruzamento das Ruas Paraisópolis com Divinópolis, a famosa esquina que viraria símbolo de música mineira. E pra completar o feliz acaso, ainda estava acompanhada de outra amiga mineira Vivi (Viviane Silva) fã pra lá de fervorosa de Milton Nascimento.
Dirigido por Dennis Carvalho, o musical, produção mineira e carioca, é baseado no livro de Márcio Borges Os sonhos não envelhecem, Histórias do Clube da Esquina. A obra é o depoimento sobre a vida, a música, os relacionamentos e os sentimentos de milhares de jovens representados pelos meninos do Clube da Esquina em tempos de opressão, da ditadura militar.
Os edifícios Levy, da família Borges, e Maletta, no centro de Belo Horizonte, dão o tom do cenário, das amizades, conversas e bebericagens em torno da poesia, da música, do cinema, da política e dos amores. Na seleção musical, um percurso lógico e emocional. Não faltam sucessos marcantes como Tudo que você podia ser, Nada Será Como Antes, Faca Amolada, Um Girassol da Cor dos Seus Cabelos, Travessia e Clube da Esquina 2 (que inspirou o nome da peça).
Clube da Esquina, os sonhos não envelhecem, embora denominado um musical e claro, com músicos, atores cantores e todos os componentes necessários ao estilo, traz diálogos no tempo certo, oferendo ao espectador, uma dinâmica agradável, sem monotonia. Milton Nascimento, o Bituca, para os amigos, é o personagem central, levado por Márcio até o berço dos Borges, da mãe Dona Maricota e do pai Salomão. Dessa amizade nasceram outras e tantos outros talentos de Minas.
Estão todos lá: Wagner Tiso, Márcio Borges, Fernando Brant, Lô Borges e Beto Guedes. O musical também retrata parcerias com Elis Regina e Ronaldo Bastos. A transposição do livro para o musical tratou de pinçar com delicadeza a personalidade de cada um deles dando ao público a sensação de também fazer parte daquele clube.
A Mariposa não vai dar mais detalhes, na expectativa de que alguns dos leitores desse voo, que tenham a oportunidade, possam assistir e desfrutar dessa história encenada e cantada cheia de poesia.
Lembrando que a exibição da peça coincide a despedida dos palcos de Milton Nascimento, portanto, mais uma bela homenagem à amizade e à Bituca. O musical fica no Rio até dia 23 de outubro no Teatro Riachuelo na Rua do Passeio, n° 38 – Cinelândia.
Os ingressos podem ser adquiridos aqui.