Kaona faz tributo à Pitty a partir de julho. A banda varginhense surgiu no final de 2019 e logo em seguida veio a pandemia de Covid-19. A mariposa já conhecia a vocalista Millena Castro, da banda anterior Plágio. Viu a pequena notável algumas vezes no Quinta da Boa Música, projeto da Fundação Cultural, e também na Concha Acústica e outros eventos comemorativos.
Recentemente, a mariposa acompanhou a participação especial da cantora no show da banda Medjay em Varginha, como sempre uma presença de talento e força no palco.
Millena é gigante no palco, coloca sua voz com primor nas mais exigentes músicas do rock clássico e também dos anos 80 e 90. De família paterna ligada à música, sempre ouviu muita música boa. Linhagem paterna de Varginha e materna, uma mistura de Pernambuco com São Paulo. A cantora aprendeu a tocar violão aos 12 anos sozinha, lendo revistinhas de música, até entrar para o Conservatório de Música de Varginha.
Segundo ela, o incentivo para cantar veio da professora Andrea, esposa de Dinho Batistão. “Ela percebeu que eu cantava bem, foi quando realmente minha vida musical começou, porque eu não me assumia antes como cantora.”
Outro incentivo veio do tio por parte de pai, o tenor Roberval de Castro, falecido em 2020, com apenas 51 anos. “Ele me incentivou e me inspirava. Nós conversávamos muito sobre música. Ele também foi uma das pessoas que me motivou a estudar no Conservatório, conhecer a técnica,” conta Millena emocionada, pela perda inesperada do tio.
Millena conta que depois do encerramento dos trabalhos com a banda Plágio, bem focada no rock clássico, havia uma demanda do público de um pop rock recente, principalmente para entrar em um mercado mais jovem que curte artistas como Ed Sheeran, Post Malone e Dua Lipa, em festas universitárias. Assim surgiu Kaona, claro, sem abandonar totalmente os clássicos.
Dos remanescentes da Plágio, Kaona herdou Millena nos vocais e Brunão da guitarra. Atualmente, o grupo tem mais dois integrantes, o Paulo Fais na bateria e Wellington no baixo. O nome foi escolhido por Millena. “É um nome havaiano, como Aloha, você está no fundo do poço e extrai o melhor de si, renasce,” conta Millena. Nada mais inspirador depois desse tempo em que estivemos todos isolados e amedrontados, não é?!
A vocalista do Kaona diz que o interesse pelo rock veio na adolescência, já que em sua casa se ouvia muito Beatles, Scorpions e Queen. Ela também curtia Evanescence, Linkin Park, Detonautas e Pitty. Além disso, “minha textura vocal cabia bem nas músicas do anos 80, uma voz mais aguda, semelhante à boa parte dos vocalistas,” reconhece.
“A gente tem poucas meninas no rock para nos inspirar, mas as poucas são grandes. Nunca me senti intimidada entre os meninos, fui muito bem acolhida. Meus companheiros de banda nunca fizeram diferenciação, sempre me viram como mais um elemento essencial na banda,” revela a vocalista.
“Sempre ouvi muito o vocal feminino para ter mais referência de como aplicar a voz”, conta Millena. Para ela, Janis Joplin é a mulher do rock que vem primeiro à cabeça, depois Etta James e Aretha Franklin, pois são essenciais, têm representatividade.
As mais recentes, “Hayley Williams do Paramore, que me inspirou a usar os cabelos vermelhos, e também a maneira de cantar”. Ela cita também as roqueiras do Brasil Paula Toller, Fernanda Takai e Cássia Eller, como inspirações. Já referência masculina é Freddie Mercury, também Steven Tyler, do Aerosmith e Axl Rose, do Guns.
Ainda não há data exata para a estreia do tributo à Pitty, mas de acordo com Millena as tratativas para tocar nas casas de Varginha e região já estão em andamento. “Fazer um tributo à Pitty já era uma vontade antiga. Além disso, as pessoas andam curtindo a nostalgia da adolescência, por isso, começamos a trabalhar o projeto”.
Sobre a interpretação das músicas de Pitty, a cantora diz que sempre trabalhou com releituras. “Como cantora não consigo imitar, sou visceral na música, ao que a música me passa. Pegamos alguns trejeitos é claro, mas coloco minha identidade.” A cantora sonha também em um dia gravar um EP com músicas autorais.
No repertório dos shows, segundo a vocalista, serão as músicas mais do início da carreira da roqueira baiana, com destaque para alguns dos Cds como Admirável Chip Novo, Máscara, Teto de Vidro e sucessos como Equalize e Me Adora. Millena confessa também que gostaria muito de fazer a estreia no Quinta da Boa Música.
Ela desabafa que gostaria de viver de música, mas a primeira profissão é contadora, que a sustenta. Segundo Millena, para todos do grupo o Kaona é um extra. Ela diz também que não sabe como os artistas estão sobrevivendo depois da pandemia.
“O palco é só a ponta do iceberg, tem investimento em material, vídeos, mixagem, edições. Os incentivos não existem praticamente, sobretudo nesse atual governo. É oneroso chegar ao palco…não é porque é prazeroso que não dá trabalho…”afirma Millena.
Agora só nos resta aguardar estreia do Tributo à Pitty com Kaona, com expectativas de equalizar as mentes em torno de momentos melhores para a música, bem como para a arte. Estamos de olho nesse voo!
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