Arte feita de parcerias e canto. Esse é o espírito que rege o trabalho de Jucilene Buosi, cantora, atriz, produtora cultural e professora. A menina de Jundiaí, interior de São Paulo, veio em 1985 com 15 anos de idade, morar em Pouso Alegre, onde passou sua adolescência.

Há 12 anos mora em Poços de Caldas e se diz inspirada pela cidade, cercada pela Serra da Mantiqueira. Já se considera sulmineira. “Quando eu cheguei no Sul de Minas, as pessoas andavam com violão nas costas e carregavam caderno de poesias. Era uma realidade muito distante daquela que eu vivia em Jundiaí. Eu fiquei completamente absorvida”, conta a cantora.

Vinda de família de músicos, o canto sempre fez parte de seu cotidiano. Contudo, ela se formou em administração de empresas. “Eu comecei a trabalhar muito cedo, com 16 anos, em uma holding, onde eu cuidava da parte financeira e bancária das empresas. Então, fazer administração de empresas, como primeira faculdade foi um caminho automático, mais lógico,” explica Jucilene.

Após o casamento com Wolf Borges e enquanto ainda exercia a profissão de administradora, resolveu fazer curso técnico de canto lírico como hobby; tomou gosto e entrou para a faculdade de música. Já são 5 CD’s na carreira, o primeiro em 2007, além dos shows e atuação com produção cultural em Poços de Caldas.

“Eu conheci Wolf Borges em um show de Saulo Laranjeira, com 16 anos, ele cursava psicologia em Belo Horizonte. Embora tenha gostado dele, fiquei uns 7 anos sem vê-lo. Um belo dia fui fazer uma entrevista em Santa Rita do Sapucaí e ele era o selecionador. Eu fui escolhida para o departamento de compras da empresa. Então começamos a trabalhar juntos, fizemos uma grande amizade, que virou namoro e depois casamento. Hoje vivemos exclusivamente de música e produção cultural,” ressalta ela.

‘Canto para manter viva a nossa arte’, transmite anos de parceria com o compositor sulmineiro e companheiro de vida há 29 anos, Wolf Borges. Nesse, que é o 5º álbum da carreira da cantora, são os 40 anos de historia musical de Wolf que estão em jogo.

Ela destaca a grande responsabilidade e a exigência de Borges na qualidade, de padrão internacional de sonoridade que ele imprime em seus trabalhos. Mas por outro lado, ela fala sobre o convite amoroso e sobre o prazer de trilhar todos esses anos com ele e poder dar voz a esse projeto.

O álbum, feito durante a pandemia, tem participações especiais de Cláudio Nucci (ex Boca Livre), Ceumar (que tem música em parceria como Wolf) Sergio Santos e Simone Guimarães, também parceira de composição.

Jucilene destaca os arranjos de Albano Sales, a qualidade dos instrumentistas, inclusive com quarteto de cordas, que segundo a cantora confere até sonoridades ‘camerísticas ‘ao disco. São 12 faixas em vários estilos musicais como choro, tango, bolero e até canções que remetem a musicais. ‘Mas o que costura essa história são os arranjos, dão identidade ao CD como um todo, com início meio e fim, conta ela.

Buosi considera que Wolf Borges é uma das vozes da cultura sulmineira, porque é de uma geração profícua, fértil em talentos. Ela cita os compositores de destaque na região como Raimundo Andrade, Marcos Mesquita, Dinho Caninana, Elder Costa, Mauricio Brandão e o saudoso Carioca.

A cantora se orgulha de cantar esses compositores e afirma que o celeiro de composição na região ‘vai além do clube da esquina’. Para ela há uma peculiaridade na história da música no Sul de Minas, por ser local de passagem entre BH, Rio e São Paulo, trazendo todas essas influências.

O CD ‘Canto para manter viva a nossa arte’ já está em todas as plataformas de streaming e também no YouTube. Serão três shows de lançamento:

• O primeiro em Poços de Caldas, nesse dia 27 de novembro, às 15h, no Museu Histórico e Geográfico;
• Dia 10 de dezembro em São João da Boa Vista;
• E dia 11, às 20h, novamente em Poços no teatro da Urca.

Todos os espetáculos são gratuitos. Acesse o álbum da cantora aqui.