Muitos já ouviram falar do deus grego Dionísio, aquele do vinho, das festas e do prazer. E lá do Monte Olimpo, ele com certeza nos observa com olhares curiosos, principalmente para a banda varginhense Diønísio, que festeja a música com a psicodelia típica e a alegria dos encontros dionisíacos.
E como se não bastassem os mitos de toda sorte, os meninos ainda flertam com o transcendental, os mitos, os Ets e os discos voadores. Há pouco lançaram ‘1996’, música baseada no mistério que gira em torno do incidente de Varginha.
Na ocasião do incidente houve relatos à imprensa sobre uma série de aparições de objetos voadores não identificados, que geraram teorias da conspiração sobre captura de seres extraterrestres pelas autoridades militares brasileiras em janeiro de 1996, na cidade.
Os Diønísio poderiam ser os personagens de uma fábula, de um gibi de aventuras, mas estão por aqui mesmo no planeta terra fazendo suas peripécias com inspiração e instrumentos. Marcel Totti é o Chacal na bateria, Pedro Coli é o Dom Pedron da guitarra, e Boris Padilha é o Big Wolf na voz e no baixo. Pedro e Marcel de Varginha, e Boris de São Lourenço.
A proposta da banda é levar seu público a uma experiência sonora única e transcendente, por meio de uma mistura de diversos gêneros do rock n´roll, como: heavy metal, rock psicodélico, hard rock, classic rock e blues rock. As letras abordam acontecimentos e relatos ufológicos, bem como lendas mitológicas e experiências que estão além da compreensão humana.
A mariposa bateu um papo com Totti, o Chacal, fundador da banda. Segundo ele, o grupo já gravou duas músicas do primeiro álbum de estúdio ‘1996’ no Braia Studios de Varginha, de Bruno Maia. Está programado lançarem o álbum completo em 20 de janeiro de 2023, justamente no dia do Caso de Varginha.
A música também ganhou um clipe gravado em Varginha. Na opinião da mariposa, um roteiro bem amarrado, com um quê de humor, um toque sátiro que remonta a uma forma de fazer cinema com as ferramentas disponíveis no momento e com soluções criativas. Tudo feito pelos meninos do Diønísio.
Sobre o nome da banda, Totti explica que tudo começou com um tributo ao The Doors, então o nome encaixou bem, já que Jim Morrison sempre foi considerado o Diønísio do Rock. Também fizeram homenagens ao Led Zeppelin, o que confirma a levada psicodélica.
Diønísio retrata o incidente de Varginha com ‘1996’. A música vai abrir o documentário “Moment Contact Varginha The Roswell of Brazil” do ufólogo norte-americano James Fox sobre o caso Varginha, com entrevistas de testemunhas oculares, especialistas, militares e funcionários do Hospital Regional do Sul de Minas.
Segundo Chacal, o documentário deve ser lançado em agosto deste ano em várias plataformas digitais como Netflix, Amazon e Apple TV. Ele conta que conversa sempre com Fox, e que já tem o trailer em mãos, mas não está autorizado a divulgar por enquanto.
Ainda de acordo com o baterista, a conexão com o diretor foi imediata, já que ele procurava pessoas na cidade para participarem e contribuírem com o filme e gostou muito da música.
“A pandemia atrasou tudo, a falta de shows, mas nos fez compor muito”, confessa o baterista. Junto com ‘1996’, começaram as gravações do álbum ‘God of Wine’ com temática mitológica, no Forest Lab, no Rio de Janeiro, com o produtor Lisciel Franco.
‘O álbum é 100% analógico, sem uso de computador, bem no estilo dos anos 70’, conta Totti. Para ele, o som analógico tem um pouco mais de vida,”calor”, é como a diferença entre ouvir o som do vinil e do cd.
E para não perder o hábito de convidar os amigos como foi com o guitarrista Raphael Wagner (Thurts) em ‘1996, tem participação do guitarrista Pablo Vilela (Roio), ex-membro da banda, em ‘God of Wine, que ainda não tem data de lançamento.
Apesar da dedicação inicial aos tributos, Totti afirma que por amor à música a banda não vai desistir de fazer som autoral, embora seja como ‘matar um leão por dia’, já que são poucas oportunidades de shows na região.
A mariposa se despede na onda transcendente dos Diønísios, com a expectativa de que a psicodelia, os mitos e os outros mundos sigam sempre inspirando a ousadia dos músicos, de todos que fazem arte.
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