A pluralidade artística de Raphaela Ramos

A arte é mesmo libertadora, demonstração de um contato com o seu eu interior, a expressão das suas emoções, influências, impactos culturais e toda a sua trajetória.

A pluralidade artística de Raphaela Ramos foi o que trouxe a ela essas tantas histórias lindas e conexões que você poderá acompanhar agora!

Ela começou a traçar seu caminho sempre envolta de muita arte e suas diferentes expressões. E não foi à toa, que ao longo dessa trajetória ela se tornou professora de yoga, jornalista e também ilustradora.

“Sempre tive interesse no teatro, na escola fazia dança, fiz ballet e se tinha um evento na praça da cidade onde eu morava e alguém me chamava para dançar ou apresentar, eu estava lá, ressalta ela.

Até os seus 7 anos de idade, Rapha morou em Lambari e depois foi para São Lourenço. Aos 17 anos, mudou-se para Juiz de Fora para cursar jornalismo, que segundo ela foi um momento de muita transformação e evolução pessoal.

“Eu sai de uma cidade pequena, onde eu morava com meus pais, com as minhas irmãs e tinha todo um apoio de perto, para morar sozinha em Juiz de Fora. Isso acabou me exigindo um amadurecimento instantâneo. Ele teve que acontecer”, destaca ela.

Na época, Rapha ainda comenta que o pai estava desempregado e que foi para Juiz de Fora já tendo que trabalhar e estudar, mas que mesmo com as dificuldades, conseguiu conciliar tudo.

A mudança lhe proporcionou também, o primeiro contato com o teatro. Junto com outros amigos da faculdade, em 2001, criaram a Cia. Teatral Putz. O grupo era composto por dez amigos que encenavam peças de comédia.

O primeiro espetáculo foi a tragicomédia non-sense Ode ao Nada. A partir disso a companhia só cresceu, ganhou muito reconhecimento, prêmios e se apresentou em muitos eventos e locais da cidade.

Depois de formada como Jornalista, Rapha ainda foi para São Paulo estudar no Teatro Escola Macunaíma. Segundo ela, “foi muito importante, uma outra experiência e uma abertura de horizontes”.

Ao concluir o teatro, ela voltou para Juiz de Fora, onde trabalhou um tempo em televisão como produtora de programas culturais e no caderno de cultura do Jornal Tribuna de Minas, durante cinco anos.

A paixão pela escrita deu origem ao livro “Coisas da Atriz”, que foi produzido através da Lei de Incentivo à Cultura Murilo Mendes. O teatro sempre esteve inserido em sua vida de alguma forma, inclusive, foi através de uma peça que ela fez o lançamento do seu livro.

“Convidei uma amiga para encenar comigo e outra para dirigir. Tínhamos um violinista em cena também. A peça foi na Casa de Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), uma casa antiga de dois andares muito linda. O roteiro foi feito a partir das poesias; eu apresentava e ao final autografava os livros para serem entregues”, conta ela.

A peça lançada em 2010, continuou sendo realizada até 2013 devido ao grande sucesso.

História com a yoga

Tom, seu parceiro, foi quem trouxe à Rapha esse despertar de consciência para a yoga. Se conheceram em 2008 e no ano seguinte ela começou a acompanhá-lo nas aulas.

“Meu corpo respondia muito bem ao yoga e foi a primeira coisa que eu percebi, pois num primeiro momento a gente acha que a yoga é mais físico, mas depois entende que ela começa pelo físico para depois acessar os outros níveis”, ressalta ela.

A prática lhe despertou interesse e ela começou a ler e sonhar em fazer o curso. Foi em 2012, durante seu mestrado, que Rapha aproveitou os 30 dias de férias para fazer o curso de imersão.

Voltou dando aulas e achou que em algum momento ingressaria no jornalismo novamente, mas não foi bem assim, a prática ganhou seu coração, se tornou um estilo de vida e Rapha nunca mais parou.

Pedi a ela que disesse o que a yoga representa em sua vida e ela descreveu da seguinte forma:

“A yoga foi um encontro, ela funciona muito para mim num lugar de criação. Porque a criação, a arte sempre foram muito importantes na minha vida. Então, o que sinto quando tô elaborando uma aula, é como se tivesse escrevendo uma poesia/um texto”, comenta.

Para ela, é a mesma lógica da escrita de um texto poético ou jornalístico. Ela pensa no começo, no final, no final retomando o começo, na caminhada, em como o leitor vai se levando, da mesma forma como ela leva o aluno para o tema que está trabalhando na prática.

Hoje, Rapha tem seu cantinho para as práticas de yoga e meditação na cidade de Varginha, morada dela e de seu companheiro Tom. Um lugar aconchegante, receptivo, de muita energia, contato com a natureza e de quietude pra mente e pro coração.

A Casa do Sol foi criada em 2017, nome que une terra e sol, e que são importantes para a professora. “Gosto de fincar as raízes e florescer devagar, confiando na continuidade. Mas também aprecio a explosão que me tira da zona de conforto”, ressalta.

Dessa longa caminhada, das experiências, aprendizados, erros e acertos ela leva a yoga que se tornou um lugar de autoconhecimento, o motivo e sempre uma nova chance.

O caminho da ilustração

A história é longa, são muitos encontros e descobertas. A ilustração mesmo é uma delas, que sempre foi um dom e que nesse momento de pandemia não se aquietou, foi colocada ainda mais para fora.

“Eu sempre desenhei, porque meu pai desenha muito bem, ele é autodidata, nunca fez curso e desenha para ele, não para expôr. Então eu sempre amei isso nele e sempre me inspirou”, menciona Rapha.

Durante muito tempo, Rapha achou que se inspirar em algo significava copiar e por isso o dom herdado do pai, ainda não tinha sido mostrado ao mundo. Mas na pandemia, seus cursos e sua conexão com pessoas lhe trouxe muita libertação.

Hoje, desenhar é um momento de conexão com ela mesma, expressão e uma terapia. Rapha traduz a arte e suas expressões em cada passo. E cada passo dado, traduz também a sua trajetória.

É através das palavras, que temos muito a aprender e a se espelhar na experiência de vida de outrem. Raphaela Ramos é uma pluralidade artística traduzida em palavras e expressão corporal.

Casa do Sol  Yoga e Meditação

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